Vale e Midrex fecham acordo para avançar no uso de briquetes de minério de ferro
Em um novo passo rumo à descarbonização da siderurgia, a Vale e a Midrex Technologies, Inc. assinaram um acordo de cooperação para avançar em uma solução que usa briquetes de minério de ferro em plantas de redução direta.
O acordo foi assinado por executivos das duas empresas no Centro de Desenvolvimento de Pesquisa e Tecnologia da Midrex nos Estados Unidos e amplia a cooperação técnica entre as partes e o trabalho de testes realizado no último ano.
A tecnologia de briquetagem desenvolvida pela Vale permite a produção de aglomerados de minério de ferro de alta qualidade a partir de um processo de cura em baixas temperaturas, utilizando uma solução tecnológica de aglomerantes, o que confere ao produto final alta resistência mecânica.
Para o CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, além de um acordo de cooperação técnica, este é o início de uma parceria fundamental para a expansão da tecnologia de briquete para vários mercados.
“Este acordo é o reconhecimento de um dos principais fornecedores mundiais de tecnologia de redução direta de que o briquete tem um forte potencial para descarbonizar a indústria siderúrgica global”, afirmou.
“Estamos muito entusiasmados em trabalhar com a Vale para encontrar uma solução econômica e ambientalmente correta para o uso de finos de minério de ferro em plantas de redução direta”, disse KC Woody, presidente e CEO da Midrex.
Os testes iniciais mostraram resultados promissores no uso de briquetes de minério de ferro no processo de redução direta. Depois que a tecnologia for demonstrada com sucesso nas plantas Midrex, os dois parceiros vão avaliar a criação de uma joint venture para fornecer com exclusividade a tecnologia e instalações de briquetes ao mercado.
Atualmente, a maioria das plantas de redução direta utiliza pelotas de minério de ferro como matéria-prima. O processo de produção de briquetes da Vale representa uma alternativa ao processo de pelotização com menores custos de produção, menor intensidade de investimento e emissão de CO2 aproximadamente 80% menor.
Por meio da tecnologia de redução direta, é produzido o ferro de redução direta (DRI). O DRI é uma matéria-prima essencial para a produção de aço de alta qualidade com menos impurezas em fornos elétricos a arco (EAFs). O DRI também pode ser usado em altos-fornos (BFs) para complementar e substituir o minério de ferro, diminuindo a necessidade de coque, portanto, reduzindo as emissões de carbono.
A tecnologia de redução direta tem uma pegada de CO2 menor em comparação com outros processos de produção de ferro, pois usa gás natural como agente de redução em vez de coque, um insumo obtido do carvão mineral. O uso de hidrogênio verde em vez de gás natural permite a produção de aço verde com emissões quase nulas de gases de efeito estufa (GEE).
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